segunda-feira, 8 de junho de 2015

SE ACREDITASSES PROFUNDAMNTE NESTE AMOR, QUE FELIZ SERIAS!?


 No Coração de Jesus estão concentradas todas as perfeições e virtudes: como é possível então que Ele seja tão pouco amado...?
 
 
 

 
 
 
Quem se mostra sempre e em tudo amável, faz-se necessariamente amar.
Ah! Se procurássemos conhecer todos os belos títulos que Jesus Cristo tem para ser amado,todos nos acharíamos na feliz necessidade de o amar. Que coração há mais amável que o de Jesus Cristo?
Coração este todo puro, todo santo, todo amor para com Deus e para conosco. Coração cujos desejos têm por objeto único a glória divina e o nosso bem. Coração no qual Deus acha todas as suas delícias e toda a sua complacência.
No Coração de Jesus estão concentradas todas as perfeições e virtudes: um amor ardentíssimo a Deus, seu Pai, unido à mais profunda humildade de reverência;
 
Uma suprema confusão pelos nossos pecados que tomou sobre si, unida à confiança mais perfeita de Filho terníssimo; uma extrema detestação das nossas culpas, unida a uma viva compaixão das nossas misérias;
Uma dor suprema unida a uma conformidade perfeita com a vontade de Deus. Em Jesus, portanto, acha-se tudo que possa haver de amável.
Uns são atraídos ao amor pela beleza, outros pela inocência, estes pela convivência, aqueles pela devoção. Mas se houvesse uma pessoa que em si reunisse todas estas e mais outras virtudes, quem poderia deixar de a amar?
Se soubéssemos que longe de nós reina um monarca famoso, humilde, afável, piedoso, cheio de caridade, manso para com todos e benfazejo até para com os que lhe fazem mal; mesmo sem o conhecermos e termos que ver com ele, seriamos cativados pelo seu amor e constrangidos
a amá-lo.
– Como é então possível, que Jesus Cristo, que possui todas essas virtudes em grau supremo, que nos ama tão ternamente, seja amado tão pouco pelos homens, e não seja o objeto único de nosso amor?
Ah, Deus! Jesus, que só é amável, e nos deu tantas provas do amor que nos tem, Jesus só, por assim dizer, é tão inditoso, que não consegue ver-se amado de nós, como se não fosse bastante digno de nosso amor!
É o que fazia chorar uma Rosa de Lima, uma Catharina de Gênova, uma Teresa, uma Maria Madalena de Pazzi, que contemplando a ingratidão dos homens exclamavam entre lágrimas: O amor não é amado! O amor não é amado!
Ó meu amável Redentor,
Que objeto mais digno de amor podia o osso Eterno Pai mandar-me amar fora de Vós? Vós sois o enlevo do paraíso, e o amor de vosso Pai; vosso Coração é a sede de todas as virtudes.
Amabilíssimo Coração do meu Jesus, Vós mereceis o amor de todos os corações. Muito pobre e infeliz é o coração que Vos não ama. Tão infeliz foi o meu coração durante todo o tempo que Vos não amou. Mas não quero continuar a ser tão desgraçado, pois amo-Vos, ó Jesus, e quero sempre amar-Vos.
Ó Senhor, no passado vivi esquecido de Vós; e agora, que esperarei? Talvez que a minha ingratidão Vos obrigue a Vos esquecer inteiramente de mim, e a me desamparar?
Não, meu dulcíssimo Salvador, não o permitais. Vós sois o amor de um Deus, e não o sereis de um miserável pecador, como eu, a quem tanto tendes amado e cumulado de benefícios?
Ó formosas chamas, que ardeis no Coração amoroso do meu Jesus, acendei no pobre coração este fogo sagrado e bendito que Jesus veio trazer do céu à terra.
Consumi e destrui todos os afetos impuros que reinam em meu coração e o impedem de ser todo de Deus. Fazei, ó meu Jesus, que eu viva unicamente para Vos amar, meu amado Salvador.
 
 
Se outrora Vos desprezei, sabei que hoje sois o meu único amor. Amo-Vos, amo-Vos, amo-Vos, e só a Vós quero amar. Ó meu dulcíssimo Senhor, não recuseis o amor de um coração que por tanto tempo Vos afligiu.
Seja uma glória vossa mostrar aos Anjos um coração, todo abrasado em vosso amor, que outrora fugia de Vós e Vos desprezava. – Virgem Santíssima e esperança minha, Maria, ajudai-me; rogai-lhe que com a sua graça me torne tal qual seu Coração me deseja.
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Fonte: retirado do livro “Meditações para todos os dias e festas do ano” de Santo Afonso de Ligório

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