Ó! Quanto o belo Coração de Jesus é fiel
para com aqueles a quem ele chama a seu santo amor!
Fiel é aquele
que vos chamou: ele também assim fará. A fidelidade de Deus nos dá animo
para esperar tudo, se bem que nada mereçamos.
Depois de
expulsarmos a Deus de nosso coração, basta que lhe abramos a porta, para ele
entrar logo, segundo a promessa feita: “Se alguém me abrir a porta, entrarei
em sua casa e cearei com ele”.
Se desejamos
graças, peçamo-las em nome de Jesus Cristo, visto que ele nos prometeu
que assim as obteremos: Se pedirdes alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele
vo-la dará.
Nas tentações, confiemos nos méritos de Jesus, e ele não
permitirá que os inimigos nos incomodem acima das nossas
forças.
Ó, como é
preferível tratar com Deus a tratar com os homens!
Quantas vezes
estes não prometem e depois faltam à palavra, quer porque enganam na promessa,
quer porque depois da promessa mudam de opinião.
Deus, assim diz o
Espírito Santo, não
pode ser infiel em suas promessas, porque não pode mentir, sendo a verdade
mesma; nem pode mudar de opinião, porque tudo o que quer, é justo e
reto.
Prometei acolher
todo aquele que a ele se chega; dar auxílio ao que o pede, amar àquele que o
ama, e depois não o há de fazer?
Oxalá fossemos nós
tão fieis a Deus, assim como ele o é para conosco!
No passado,
quantas vezes não lhe temos prometido sermos todos dele, servi-lo e amá-lo; e
depois nos tornamos traidores, e renunciando ao seu serviço, fizemo-nos escravos
do demônio! Peçamos-lhe que nos dê força para lhe sermos fieis no futuro.
– Felizes de nós
se formos fieis a Jesus Cristo nas poucas coisas que ele nos manda!
Ele nos será fiel nos recompensando
copiosissimamente, e nos fará ouvir o que prometeu a seus servos fieis:
“Eia, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, te investirei na posse
do muito: entra no que é gozo de teu Senhor”.
Súplica ao Sagrado
Coração
Amadíssimo
Redentor meu, oxalá que eu Vos tivesse sido fiel, como Vós o fostes comigo.
Cada vez que Vos
abri a porta do meu coração, nele entrastes para me perdoar e receber a vossa
graça; cada vez que Vos invoquei, correstes em meu socorro.
Vós fostes sempre
fiel e eu Vos fui muitas vezes infiel: prometi servir-Vos, e depois tantas vezes
Vos virei as costas;
Prometi amar-Vos,
e depois mil vezes Vos recusei meu amor, como se Vós, meu Deus, meu
Criador e meu Redentor, fosseis menos digno de ser amado, que as criaturas e
as miseráveis satisfações, pelas quais Vos abandonava. Perdoai-me, ó meu Jesus.
Reconheço a minha
ingratidão e a detesto.
Reconheço que sois a
bondade infinita, digna de um amor infinito, especialmente digna de ser amada
por mim, a quem tanto tendes amado após tantas ofensas da minha
parte.
Desgraçado de mim
se me condenasse! As graças que me destes e as provas que amor que me
prodigalizastes, seriam o inferno do meu inferno.
Não seja assim, ó
meu amor; não permitais que Vos abandone de novo, e que, por um justo castigo,
seja precipitado no inferno para continuar a pagar com o ódio e injúrias o vosso
amor para comigo.
Ó Coração terno e
fiel de Jesus, inflamai meu pobre coração, para que se
abrase de amor para convosco, como Vós para comigo. Parece que de presente
Vos amo, ó meu Jesus, mas amo-Vos muito pouco; dai-me que Vos ame muito, e Vos
seja fiel até a morte.
É esta graça que
Vos peço, bem como a graça de a pedir sempre. Deixai-me morrer antes que venha
novamente a trair-Vos.
”Fazei, Senhor
Jesus Cristo, que nos vistamos das virtudes, e nos inflamemos com os afetos de
Vosso Santíssimo Coração, para que mereçamos ser conformes à imagem da vossa
bondade e participar do fruto da redenção”. Fazei-o pelo amor de vossa e minha
amada Mãe, Maria.
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Fonte:
retirado do livro “Meditações para todos os dias e festas do ano” de Santo
Afonso de Ligório.
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