O Imaculado Coração de
Maria
Ao se tratar do
Sagrado Coração de Jesus, a alma católica pede que se diga uma palavra a
respeito do Imaculado Coração de Maria, pois o coração mais semelhante ao do
Divino Mestre é precisamente o de sua Mãe Santíssima.
Tão intimamente unidos, que São João Eudes nos ensina que
podemos referir-nos a eles no singular, como se tratando de um só e mesmo
Coração: “O Coração de Jesus e Maria”.
A esse propósito,
Nosso Senhor, revelando-se à beata italiana Batista Varani (séc. XVI),
assim
se exprime:
se exprime:
“O gládio mais
perfurante que transpassou meu Coração foi o pensar na dor que os sofrimentos e
a morte que padeci deveriam causar à minha pura e inocente
Mãe! Porque ninguém compartilhava assim
dolorosamente como Ela dos sofrimentos de seu Filho.
Foi por essa razão que, com toda justiça, nós A exaltaremos nos Céus e A coroamos rainha dos anjos e dos homens. Como nesta terra ninguém sofreu tanto por Mim quanto esta Mãe querida, ninguém A igualará em glória.E porque foi Ela um outro Eu mesmo durante meus próprios sofrimentos, Ela é, no Céu, um outro Eu mesmo pelo poder e pela glória.Não Lhe falta senão a Divindade, da qual nenhuma criatura poderá participar” (D. Guéranger, L’Année Liturgique, Maison Alfred et Fils, Tours, 1922).
O Sagrado Coração e o
pecador
Quis Ele, assim,
que na consideração da intensidade desse amor, nós fôssemos tocados pela graça
divina e mudássemos de vida. O que se compreende, porque um grande ato de
bondade pode tocar os corações mais empedernidos e, dessa forma, obter
conversões as mais brilhantes.
Esse Sagrado Coração
representa, portanto, todo o amor de Nosso Senhor Jesus Cristo por cada um de
nós, todo o imenso sacrifício que Ele fez para nos resgatar e nos salvar.
Ele nos criou e
nos resgatou do pecado pela sua morte infinitamente preciosa. Como Homem-Deus,
Ele conhecia todos os homens que haveriam de nascer, amando-os intensamente.
De maneira que,
considerando o pecado gravíssimo de algum deles, Ele diria: “Meu filho, ‘você
mediu o mal que fez? Para você eu quero o Céu e não o inferno. Farei um milagre na ordem da
graça para que você se reabilite”.
Se tivermos a
suprema desventura de pecar, portanto de ofender a Deus, devemos imaginar esse
Sagrado Coração, de “majestade infinita”, voltando-se para nós, cheio de
bondade, e nos inquirindo: “Por que me fizeste isso?
Que mal te fiz? Em que te contristei?”
E deixarmo-nos,
por assim dizer, precipitar nesse oceano de grandeza, de realeza, de
superioridade infinita, que é o Sagrado Coração, do qual brota para cada um de
nós uma fonte inexaurível de misericórdia, de afeto, de ternura, de perdão, que
nos inunda e quebra nossa maldade.
E, comovidos dessa forma até nossas
entranhas, não queiramos outra coisa senão nos arrepender e expiar nossos
pecados, para amá-Lo cada vez mais e nos consumirmos em holocausto a
Ele.
Sirvam estas
considerações de motivação para revermos nossas almas e nossas vidas. Para
implorarmos ao Sagrado Coração de Jesus o perdão pelos pecados de que não nos
tenhamos arrependido suficientemente, pedindo ainda que, a rogos de Maria
Santíssima, Ele nos proteja para evitarmos outros pecados.
Tendo sempre presente a sublime lamentação
de Nosso Senhor feita a Santa Margarida Maria: “Eis este Coração que tanto
amou os homens e por eles foi tão pouco amado”.
Não, absolutamente
não! Não sejamos destes que amam pouco, mais sim dos que amam muito, a ponto de
renunciarmos a tudo e sofrermos tudo para segui-Lo.
“Sagrado Coração de Jesus, Rei e centro de todos os corações –
tende piedade de nós!”
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Obra
consultada:
Pe.Jean-Baptiste
Terrien SJ, La devoción au Sacré-Coeur de Jésus d’après les documents
authentiques et la Théologie, Pe. Lethielleux. Libraire-Ed iteur. Paris,
1927.
Fonte: http://catolicismo.com.br/
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