“Bem aventurados os que morrem no Senhor”.
É preciso
morrer no Senhor para ser bem aventurado, para gozar a
felicidade desde esta vida.
Esta felicidade é
a que podemos ter já antes de ir para o céu, muito menor na certa do que a
alegria do céu, mas que supera todas as alegrias sensíveis desta vida: “A paz de
Deus, que vai além de toda a
compreensão, guarde vossos corações e vossos espíritos”.
Para alcançar esta
paz, mesmo no meio das ofensas e calúnias, é preciso estar morto no
Senhor.
O morto, ainda que
maltratado e desprezado pelos outros, não se ressente. Também a pessoa mansa de
coração, como o morto, não vê nem ouve, procura suportar todos os desprezos.
Quem ama de
coração a Jesus Cristo chegará facilmente a isso. Unido inteiramente com a
vontade de Deus, com a mesma paz e a mesma tranquilidade, recebe as coisas
favoráveis e as desfavoráveis, as alegrias e as tristezas, as injúrias e os
louvores.
Assim fez São Paulo que
podia dizer: “Estou cheio de alegria no meio de minhas
tribulações”.
Feliz aquele que
atinge esse grau de virtude! Goza de uma paz contínua, que é bem maior que os
outros bens do mundo. Dizia São Francisco de Sales: “Que vale todo o mundo em
comparação com a paz do coração?”.
Realmente, o que adiantam todas as riquezas e todas as
honras do mundo para quem vive inquieto e sem paz no coração?
Para estarmos sempre unidos
a Jesus Cristo, é preciso fazermos tudo com tranquilidade, sem nos inquietarmos
com alguma dificuldade que se apresente: “O Senhor não está na agitação”. Deus
não mora nos
corações agitados!
corações agitados!
Vejamos os belos
ensinamentos que nos dá o mestre da mansidão, São Francisco de Sales:
“Nunca vos irriteis, nem
mesmo abrais a porta à cólera por qualquer motivo. Se ela entrar em nós, já não
poderemos expulsá-la nem dominá-la, quando quisermos.
Os meios para isso são: primeiro, afastar
imediatamente a cólera, desviando a atenção para outra coisa e calando-se.
Segundo, imitando os apóstolos quando viram
a tempestade, recorrer a Deus a quem pertence pôr o coração em paz.
Terceiro, se a cólera, por vossa fraqueza,
já colocou o pé em vosso coração, esforçai-vos por vos tranquilizar e, depois,
praticai atos de humildade e mansidão para com a pessoa com quem vos sentis
irritados.
Tudo isso deve ser feito com suavidade e
sem violência, porque é importante não irritar mais as
feridas”.
O próprio São
Francisco de Sales dizia que precisou se esforçar durante toda a sua vida para
vencer duas paixões que o dominavam: a cólera e o amor.
Para vencer a
paixão da cólera, confessava ter se esforçado durante vinte e dois anos.
Quanto à paixão do amor, tinha procurado
modificar o objeto, deixando as criaturas e dirigindo todo os seus afetos a
Deus.
Desse modo,
alcançou uma paz interior tão grande que até mesmo exteriormente a demonstrava,
apresentando quase sempre um rosto sereno e um sorriso nos lábios.
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Fonte:
retirado do livro “A prática do amor a Jesus Cristo” de Santo Afonso de Ligório
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