1.- “Quem come minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele” (João, 6, 56). Este é o primeiro e melhor fruto da comunhão sacramental: identificar-se plenamente com Nosso Senhor Jesus Cristo, unir-se intimamente com Ele, ideal supremo do cristão.
2.- Sendo a Eucaristia o alimento específico da vida sobrenatural, precisamos nutrir-nos dela para perseverar e crescer nessa vida. Do contrário, a vida se desaparecerá e tenderá a morrer… Sem comida material, o corpo declina e morre; sem o alimento celestial a alma não vive sua filiação divina e se torna murcho.
3.- A comunhão recebida dignamente aparta do pecado e dá forças. Cristo entregou seu corpo e derramou seu sangue precisamente “para o perdão dos pecados”, segundo reza a fórmula da consagração.
4.- O efeito da comunhão vai ainda mais além: apaga os pecados veniais (pensemos que se a água benta já os apaga quanto mais o Corpo de Cristo!) e é um antídoto contra o pecado mortal, preservando-nos de cometê-lo.
5.- O amor, como virtude teologal infundida no bautismo, é reavivado e feito fecundo com o alimento eucarístico que é, ainda, remédio. A comunhão exercita e faz operante a rainha das virtudes (a caridade) e todas as demais.
6.- A comunhão que nos une a Cristo, também nos incorpora plenamente ao corpo místico de Cristo que é a Igreja. “Te peço que todos sejam um. Pai, o mesmo que tu estás em mim e eu em ti que também eles estejam unidos a nós; deste modo, o mundo poderá crer que tu me enviou. Eu lhes dei a eles a glória que tu me deste a mim, de tal maneira que possam ser um, como somos nós” (João 17, 21-22.). “A Igreja vive da Eucaristia”, é o título da encíclica eucarística de São João Paulo II.
8.- Que “todos sejam um” (João 17, 21) disse Jesus. Pelo vínculo com os demais na verdade e no amor fraterno se chega à unidade tão anelada. Enquanto os cristãos que não são católicos (que não vivem, portanto, a unidade e o amor pleno) não se unam entre si e com os católicos romanos, o desejo de Jesus seguirá pendente. Por isso é preciso oferecer comunhões, rezar e trabalhar para que todos os cristãos, possam celebrar sem divisão o único banquete.
9.- Mas para estar unidos, antes temos que reconciliar-nos. E como não se podem mesclar ecleticamente o mal e o bem, o mal deve reconhecer os direitos do bem e ceder diante dele. Temos que dissolver a discórdia, entrar em harmonia e estabelecer a paz. A comunhão é garantia e prenda da reconciliação, já que nos limpa do pecado, nos ajuda a crescer na graça e nos abre aos demais.
10.- Por fim, a comunhão é semente de eternidade, de vida gloriosa. Já nos tempos apostólicos dizia Santo Inácio de Antioquia que o pão eucarístico é “fármaco de imortalidade e antídoto para não morrer”. Este é um dos mais consoladores ensinamentos do Evangelho: “o que come minha carne e bebe meu sangue tem Vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6, 54).
A vista destes benefícios, nada melhor que assiduidade à comunhão sacramental: alimento, medicina e escudo protetor; pão do céu que, como diz a oração, tem um sabor incomparável. Entretanto, que não se descuide a confissão antes de aproximar-se da comunhão neste tempo quaresmal.
Por Padre Rafael Ibarguren, EPAssistente Eclesiástico das Obras Eucarísticas da Igreja (Publicação publicada originalmente em www.opera-eucharistica.org) Traduzido do espanhol por Emílio Portugal Coutinho
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