Caríssimos: Esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: «Amemo-nos uns aos outros».
Quem tem o Filho tem a vida, quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.
Escrevo-vos estas coisas, para saberdes que tendes a vida eterna, vós que acreditais no nome do Filho de Deus.
Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte.
Todo aquele que odeia o seu irmão é homicida e vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo em si.
Nisto conhecemos o amor: Ele deu a sua vida por nós e nós devemos também dar a vida pelos nossos irmãos.
Se alguém possui bens deste mundo e, ao ver o seu irmão passar necessidade, lhe fecha o coração, como pode estar nele o amor de Deus?
Meus filhos, não amemos com palavras e com a língua, mas com obras e em verdade.
Deste modo saberemos que somos da verdade e tranquilizaremos o nosso coração diante de Deus;
porque se o nosso coração nos acusar, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas.
Caríssimos, se o coração não nos condena, temos confiança diante de Deus.
1ª Carta de S. João 3,11-21.
Mas a sua misericórdia descobriu-te antes de tu O teres conhecido, quando estavas caído, esmagado sob o peso dos teus pecados.
Com efeito, fomos nós quem primeiro buscou a Jesus Cristo? Não terá sido Ele, pelo contrário, quem primeiro nos procurou? Fomos nós, pobres doentes, que nos apresentámos ao médico? Não terá sido antes o médico que veio ao encontro dos doentes? Não foi a ovelha que se perdeu antes de o pastor, deixando as outras noventa e nove, ter ido à sua procura, a ter encontrado e a ter posto aos ombros cheio de alegria (Lc 15,4)? Não estava a moeda perdida antes de a mulher ter acendido a lamparina e a ter procurado por toda a casa, até a encontrar (Lc 15,8)? […] O nosso pastor encontrou a sua ovelha, mas primeiro foi à sua procura; tal como esta mulher, que só encontrou a moeda depois de a ter procurado.
Com efeito, nós fomos procurados, e só podemos falar por termos sido encontrados; longe de nós, pois, qualquer sentimento de orgulho: estávamos perdidos para sempre, se Deus não tivesse ido à nossa procura para nos encontrar.
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre São João, n.º 7
Sermões sobre São João, n.º 7
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