1ª Carta de S. João 2,3-11.
Caríssimos: Nós sabemos que conhecemos Jesus Cristo, se guardamos os seus mandamentos.
Aquele que diz conhecê-l’O e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele.
Mas se alguém guarda a sua palavra, nesse o amor de Deus é perfeito. Nisto reconhecemos que estamos n’Ele.
Quem diz que permanece n’Ele deve também proceder como Ele procedeu.
Caríssimos, não vos escrevo um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que recebestes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes.
No entanto, é um mandamento novo que vos escrevo — o que é verdadeiro n’Ele e em vós—, porque as trevas estão a passar e já brilha a luz verdadeira.
Quem diz que está na luz e odeia o seu irmão ainda se encontra nas trevas.
Quem ama o seu irmão permanece na luz e não há nele ocasião de pecado.
Mas quem odeia o seu irmão encontra-se nas trevas, caminha nas trevas e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.
Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense
In Ypapanti Domini
In Ypapanti Domini
Simeão fora ao templo, «movido pelo Espírito». E tu, se procuraste Jesus por toda a parte, quer dizer, se - como a Esposa do Cântico dos Cânticos (Ct 3,1-3) – O procuraste escondido no teu repouso, quer lendo, quer meditando, se O procuraste na cidade, interrogando os teus irmãos, falando dele, [...] se O procuraste nas ruas e nas praças, aproveitando as palavras e os exemplos dos outros, se O procuraste junto das sentinelas, escutando os que atingiram a perfeição, então também tu irás ao templo, «movido pelo Espírito», pois esse é o melhor lugar para o encontro entre o Verbo e a alma: procuramo-Lo por toda a parte, encontramo-Lo no templo. [...] «Encontrei aquele que a minha alma ama» (Ct 3,4). Procura, pois, por toda a parte, procura em tudo, procura junto de todos, passa e ultrapassa tudo para finalmente entrares na tenda, na morada de Deus, e então encontrá-Lo-ás.
Simeão fora ao templo, «movido pelo Espírito». Quando seus pais levaram o Menino Jesus, também ele O recebeu: eis o amor que prova pelo consentimento, que se prende pelo abraço, que saboreia pelo afeto. Ó irmãos, que aqui se cale a língua. [...] Aqui nada é mais desejável do que o silêncio: são os segredos do Esposo e da Esposa [...], nos quais estrangeiro algum pode tomar parte: «O meu segredo é meu, o meu segredo é meu!” (Is 24,16 Vulgata). Onde está o teu segredo, Esposa que foste a única a experimentar a doçura que se saboreia quando, num beijo espiritual, o espírito criado e o Espírito incriado vão ao encontro um do outro e se unem um ao outro, a tal ponto que são dois num só, melhor, diria eu, um só, justificante e justificado, santificado e santificante, divinizante e divinizado? [...]
Pudéssemos nós merecer dizer também o que se segue: «Agarrei-te e não mais te largarei» (Ct 3,4). Mereceu-o S. Simeão, ele que disse : «Agora, Senhor, [...] deixareis ir em paz o vosso servo». Quis que Deus o deixasse partir, liberto dos laços da carne, para apertar mais intimamente com o abraço do seu coração Jesus Cristo nosso Senhor, a quem pertence a glória e a honra pelos séculos sem fim.
Fonte:EAQ
Sem comentários:
Enviar um comentário