domingo, 30 de agosto de 2015

A OBRA PRIMA DO CRIADOR!

“Maria é a obra-prima por excelência do Altíssimo”



Plinio Corrêa de Oliveira – líder católico brasileiro.

Ao olharmos uma noite de céu estrelado, em lugar de considerarmos apenas as grandezas de Deus –

Pensamento aliás muito louvável – saberemos nós contemplar também Maria Santíssima, incomparavelmente maior e mais formosa do que cada um dos astros que estão no céu, e de todos eles no seu conjunto?
Sendo Ela a obra-prima da criação, toda a beleza, toda a grandeza, toda a excelência que Deus pôs no firmamento é pequena em relação à que pôs n’Ela.
O céu que vemos não é senão uma imagem, uma figura da grandeza de Nossa Senhora. Apesar de ser mera criatura, tudo quanto n’Ela há excede muito, em perfeição, todas essas belezas criadas e isto de um modo inexprimível.
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Inteligência incomparável
Quando nos deparamos com um homem muito inteligente, podemos ter o pensamento salutar de que ele, comparado a Nossa Senhora, é mais ignorante que o mais primário analfabeto comparado ao maior dos sábios.
São Tomás de Aquino, comparado a Ela, era um ignorante, tal a plenitude e a perfeição de seu conhecimento.
Sua inteligência não tem somente toda a perfeição de uma inteligência humana à qual nada há que acrescentar, mas possui ainda o conhecimento de todas as coisas que à mais alta das criaturas é dado conhecer.
Aquilo que no mundo pode haver de mais inteligente, comparado a Nossa Senhora é zero, é cisco, é nada. Toda a inteligência possível a uma criatura tão excelsa, alargada pela plenitude das graças do Espírito Santo, Ela a tem.
É algo, portanto, excelente e sumamente inconcebível. Quando rezamos a Ela, devemos ter presente esta excelência que lhe é própria – a de ter uma inteligência incomparável.
Assim como há dados misteriosos da natureza que escapam totalmente ao nosso conhecimento – não sabemos, por exemplo, quantos grãos de areia existem em todas as praias da Terra – assim também não temos termo algum de comparação para compreendermos a riqueza da inteligência de Nossa Senhora.
É algo que está fora do nosso alcance e que não nos é possível imaginar. Pois bem, esta é uma verdade que deve estar sempre muito presente no cabedal dos conhecimentos que sobre Ela possuímos.
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Vontade Heróica
Passemos às perfeições de Nossa Senhora no que se refere à sua vontade. Tomemos alguns fatos de heróica e sobrenatural força de vontade:
São Lourenço, que, colocado sobre uma grelha, suporta heroicamente o fogo até que, ao cabo de algum tempo, desafia: “Podem virar do outro lado, pois deste já estou assado”.
Um mártir da Tebaida, que, amarrado a uma mesa, foi tentado de todas as formas por uma mulher; e não tendo mais como resistir à tentação, mordeu a própria língua e cuspiu-a fora, a fim de evitar o consentimento.
São fatos que demonstram um verdadeiro e admirável heroísmo.
Mas nada são, comparados ao heroísmo de Nossa Senhora, que os supera acima de qualquer proporção. Não passam de um grão de areia, comparado ao globo terrestre.
O sofrimento que Ela teve consentindo na Paixão de Nosso Senhor, desejando até o último instante sua consumação plena e tudo sofrendo com Ele, é algo que não pode ser comparado a nada de humano, nem sequer ser expresso em linguagem desta Terra.
Perto de sua “com-Paixão”, os exemplos dados tornam-se insignificantes.
Ela não é uma grande santa apenas por ser a Mãe de Deus. É bem verdade que este é o título essencial de sua santidade, a razão pela qual recebeu toda as graças.
Mas é preciso notar ainda que Ela correspondeu à graça e se tornou uma grande santa pela perfeição insondável de sua correspondência, perto da qual toda a generosidade de todos os santos nada é. Santo Anselmo no-lo exprime lapidarmente:
“Aquilo que todos os santos podem convosco, Vós o podeis só e sem nenhum deles. Se Vós guardais o silêncio, ninguém rogará por mim, ninguém me ajudará, mas falai e todos rogarão por mim, todos se apressarão a me socorrer”.
Isto porque Ela é a Mãe de Deus, medianeira de todas as graças. E sua virtude transcende numa proporção inconcebível a de todos os demais santos.
Destas afirmações nem uma vírgula se poderá tirar. E é preciso reconhecermos que não temos disto uma noção digna. Ficamos, em geral, em figuras de retórica: “Tu, a mais bela, a mais formosa…”. Embora verdadeiras, é mister aprofundá-las.
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Fonte: Comentários sobre o livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” (Excertos de exposições feitas pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, em 1951)

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