O sacerdote reza e reza muito.
Principalmente
antes e depois de oferecer o santo sacrifício. Maria Santíssima não podia agir
de outro modo.
E como toda sua
vida foi um sacrifício, uma Missa perene, todo dia recomeçada e
recomeçada com novo fervor, também toda sua vida foi uma oração perene.
No
Templo era sua vida: a oração que a conservava em íntimo comércio com a
Divindade. No lar, todo o tempo livre de suas ocupações, era consagrado a este
santo exercício. Foi em oração
que o enviado de Deus a encontrou quando lhe trouxe do Céu a grande mensagem.
E tendo concebido,
então, o Verbo Encarnado, começou para Ele a oração de toda a
vida, que nada mais devia interromper.
E agora a
dificuldade já não está em achar Maria em oração, porque orando a vemos em todo
lugar e circunstância; a dificuldade está em achar Maria distraída da oração.
Pois em qualquer lugar que
esteja, ela está ouvindo a voz do Verbo Humanado, falando com o Verbo Humanado,
adorando-O, servindo-O, amando-O… E tudo isso é oração.
É nesta atmosfera
que viva e respirava, naturalmente a alma gloriosa de Maria; fora dela seria a
sufocação, a morte. Nem é para admirar.
Se os santos todos achavam
a sua força e felicidade na oração, pois bem compreendem o que significa este
exercício necessário e santíssimo, quando melhor o compreendia a Virgem, tão
cheia de luzes de Deus.
A vida de um devoto é uma vida de
oração
De
São Francisco de Assis escreveu São Boaventura, que ele orava tanto e com tal
devoção, que, parecia, até se transformara em uma oração viva.
Que diremos nós, então, de
Maria?
Era a realização
mais perfeita do ensinamento de Cristo: “É necessário rezar sempre, e não
deixar de rezar”.
Por isso a escola de Maria
foi, sempre, uma escola de oração. E todos os que a têm frequentado, têm saído
dela mestres insignes. Basta abrir a vida de qualquer devoto de Maria; será, sem
dúvida, uma vida de oração.
Lê-se na história
de São João Berchmans que ele rezava com tal concentração e piedade, que muitos
colegas seus e confrades vinham ajoelhar-se bem junto dele, para que seu santo
fervor se lhes comunicasse.
Que se dirá,
então, daqueles que, para rezar, se ajoelham bem perto de Maria em
oração? O resultado é certo.
Pois a oração da
Virgem é semelhante ao incenso, de que fala o salmista, que se evola
graciosamente até os céus, levando consigo as orações dos fieis que a ela estão
unidos. É a águia real levando em suas asas poderosas as aguiazinhas que ainda
não sabem voar.
Como era forte a oração de
Maria, quando na terra! Ela foi – depois do Verbo feito Homem – o traço de união
mais poderoso que ligou a terra aos céus.
Se toda alma, em
estado de graça, é um templo vivo de Deus, como não seria a alma gloriosa de
Maria, iluminada de contínuo pelos fulgores de sua oração sublime? Por isso ela
foi proclamada feliz, pois que escolheu a melhor parte, que ninguém lhe poderá
roubar.
Como é a nossa oração? É
apenas um mover de lábios? Um recitar de fórmulas convencionais? Honramos nós a
Deus com a boca, tendo bem longe dEle o nosso coração?
Então não nos
devemos admirar que a oração nos pareça aborrecida e árida. Rezar é conversar
com Deus, é falar em intimidade com Ele, como o filho fala com seu pai. É
dizer-Lhe que O amamos; é expor-Lhe o de que precisamos.
Tudo com
suavidade, tudo com paz. Rezar é avivar a nossa fé e “encostar – na expressão do
Pe. Faber – os nossos lábios purificados nos ouvidos misericordiosos de
Deus”.
Ó Maria, Mestra da
oração, ensinai-nos a rezar, em espírito e em verdade.
Alcançai-nos a intimidade com Deus, fonte de todos os bens. Assim
seja!
* * *
Fonte:
retirado do livro “Alma gloriosa de Maria” do Frei Henrique G. Trindade,
OFM.
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