A SEMANA SANTA APROXIMA-SE!
Você tem meditado a Paixão de Nosso Senhor? Ao menos na Quaresma?
Você tem meditado a Paixão de Nosso Senhor? Ao menos na Quaresma?
Não é sem razão que Abraão desejou
ansiosamente ver o dia do Senhor;
E que, tendo tido
a ventura de vê-lo por uma revelação divina, ainda que em espírito somente, se
alegrou em seu coração, como atesta o Evangelho de hoje. Sim, porque o tempo que
se seguiu à vinda de Jesus Cristo, já não é mais tempo de temor.
Na Lei Antiga,
antes da Encarnação do Verbo, podia o homem, por assim dizer, duvidar se Deus o
amava. Depois de o havermos visto, porém, morrendo por nós,
exangue e vilipendiado sobre um patíbulo infame, já não podemos duvidar que Ele
nos ame com toda a ternura.
– Quem poderá
jamais compreender, que excesso de amor levou o Filho de Deus a pagar a pena dos
nossos pecados? E, todavia, isso é um ponto de fé: “Ele nos amou e lavou-nos
em seu sangue”. Ó misericórdia infinita! Ó amor infinito
de Deus!
Mas porque é que tantos
cristãos olham com indiferença para Jesus Cristo crucificado?
Que na
Semana Santa assistem à comemoração da morte de Jesus, mas sem
algum sentimento de ternura e gratidão, como se não se comemorasse um fato
verdadeiro, ou não lhes dissesse respeito?
Não sabem, ou não
creem, porventura, o que os santos Evangelhos dizem acerca da Paixão de Jesus
Cristo? Com certeza o creem, mas não
refletem.
Entretanto, é
impossível que uma alma crente, que medita nas dores e ignomínias que
Jesus Cristo padeceu por nosso amor, não se abrase de amor para com Ele
e não tome uma forte resolução de tornar-se santa, afim de não se mostrar
ingrata para com um Deus tão amante. “A caridade de Cristo nos
constrange”.
É essencial meditar a
Paixão de Nosso Senhor
Meu irmão, se
queres sempre crescer em amor para com Deus e progredir na perfeição, medita
amiúde na Paixão de Jesus Cristo, conforme o conselho que te dá São Boaventura:
Quotidie mediteris Domini passionem.
Especialmente
nestes dias que precedem a comemoração da sua morte dolorosíssima, guiado pelos
Sagrados Evangelhos, contempla
com os olhos cristãos tudo o que o Salvador sofreu nos
principais teatros do seu padecimento; isto é, no Horto das Oliveiras, na cidade
de Jerusalém e no monte Calvário.
Para que tires
desta meditação o fruto mais abundante possível, representa-te os frutos de
Jesus Cristo tão vivamente, que te parece veres diante dos olhos o Redentor tão
maltratado, e sentires em ti mesmo as chagas que nele abriram as pontas dos
espinhos e dos cravos, a amargura do vinagre e fel, pejo das ignomínias e
desprezos: “Senti em vós o que Jesus Cristo sentiu”.
Ao passo que assim meditas,
repete muitas vezes com o Apóstolo: Tudo isso o Senhor tem feito é padecido por
mim, para me mostrar o seu amor e ganhar o meu: “Ele me amou e se entregou a
mim”. E não o amarei?
Sim, amo-Vos;
Jesus, meu Deus, amo-Vos sobre todas as coisas, e porque Vos amo,
pesa-me de Vos haver ofendido, e proponho antes morrer do que Vos tornar
a ofender.
“Vós, ó Senhor
onipotente, lançai sobre mim um olhar benigno, para que por Vossa proteção seja
regido no corpo e defendido na alma”. Doce Coração de Maria, sede minha
salvação.
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Fonte:
retirado do livro “Meditações para todos os dias do ano” de Santo Afonso de
Ligório.
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