quarta-feira, 25 de março de 2015

MEDITEMOS NA PAIXÃO DE JESUS CRISTO!

A SEMANA SANTA APROXIMA-SE!
Você tem meditado a Paixão de Nosso Senhor? Ao menos na Quaresma?

Não é sem razão que Abraão desejou ansiosamente ver o dia do Senhor;

E que, tendo tido a ventura de vê-lo por uma revelação divina, ainda que em espírito somente, se alegrou em seu coração, como atesta o Evangelho de hoje. Sim, porque o tempo que se seguiu à vinda de Jesus Cristo, já não é mais tempo de temor.

Na Lei Antiga, antes da Encarnação do Verbo, podia o homem, por assim dizer, duvidar se Deus o amava. Depois de o havermos visto, porém, morrendo por nós, exangue e vilipendiado sobre um patíbulo infame, já não podemos duvidar que Ele nos ame com toda a ternura.

– Quem poderá jamais compreender, que excesso de amor levou o Filho de Deus a pagar a pena dos nossos pecados? E, todavia, isso é um ponto de fé: “Ele nos amou e lavou-nos em seu sangue”. Ó misericórdia infinita! Ó amor infinito de Deus!

Mas porque é que tantos cristãos olham com indiferença para Jesus Cristo crucificado?

Que na Semana Santa assistem à comemoração da morte de Jesus, mas sem algum sentimento de ternura e gratidão, como se não se comemorasse um fato verdadeiro, ou não lhes dissesse respeito?

Não sabem, ou não creem, porventura, o que os santos Evangelhos dizem acerca da Paixão de Jesus Cristo? Com certeza o creem, mas não refletem.

Entretanto, é impossível que uma alma crente, que medita nas dores e ignomínias que Jesus Cristo padeceu por nosso amor, não se abrase de amor para com Ele e não tome uma forte resolução de tornar-se santa, afim de não se mostrar ingrata para com um Deus tão amante. “A caridade de Cristo nos constrange”.

É essencial meditar a Paixão de Nosso Senhor

Meu irmão, se queres sempre crescer em amor para com Deus e progredir na perfeição, medita amiúde na Paixão de Jesus Cristo, conforme o conselho que te dá São Boaventura: Quotidie mediteris Domini passionem.

Especialmente nestes dias que precedem a comemoração da sua morte dolorosíssima, guiado pelos Sagrados Evangelhos, contempla com os olhos cristãos tudo o que o Salvador sofreu nos principais teatros do seu padecimento; isto é, no Horto das Oliveiras, na cidade de Jerusalém e no monte Calvário.

Para que tires desta meditação o fruto mais abundante possível, representa-te os frutos de Jesus Cristo tão vivamente, que te parece veres diante dos olhos o Redentor tão maltratado, e sentires em ti mesmo as chagas que nele abriram as pontas dos espinhos e dos cravos, a amargura do vinagre e fel, pejo das ignomínias e desprezos: “Senti em vós o que Jesus Cristo sentiu”.

Ao passo que assim meditas, repete muitas vezes com o Apóstolo: Tudo isso o Senhor tem feito é padecido por mim, para me mostrar o seu amor e ganhar o meu: “Ele me amou e se entregou a mim”. E não o amarei?

Sim, amo-Vos; Jesus, meu Deus, amo-Vos sobre todas as coisas, e porque Vos amo, pesa-me de Vos haver ofendido, e proponho antes morrer do que Vos tornar a ofender.

“Vós, ó Senhor onipotente, lançai sobre mim um olhar benigno, para que por Vossa proteção seja regido no corpo e defendido na alma”. Doce Coração de Maria, sede minha salvação.

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Fonte: retirado do livro “Meditações para todos os dias do ano” de Santo Afonso de Ligório.

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