“Estabeleceu doze para andarem com Ele e
para os enviar a pregar”
Os
bem-aventurados apóstolos […] foram os primeiros a ver Cristo suspenso na cruz;
choraram a sua morte, ficaram atemorizados face ao prodígio da sua ressurreição
mas, logo a seguir, transportados de amor por esta manifestação do seu poder,
não hesitaram em derramar o seu sangue para atestar a verdade
do que tinham visto.
Pensai, no que era pedido a esses homens:
ir por todo o mundo pregar que um morto tinha ressuscitado e subido ao céu;
E sofrer,
devido à pregação dessa verdade, tudo o que aprouvesse a um mundo insensato:
privações, exílio, cadeias, tormentos, carrascos, feras ferozes, a cruz e morte.
Teriam sofrido tudo isso por um
desconhecido?
Teria São Pedro morrido
para sua própria glória? Teria pregado em proveito próprio? Ele morria e Outro,
que não ele, era glorificado por essa morte; ele foi morto e Outro foi adorado.
Só a
chama ardente da caridade, unida à convicção da verdade, pode explicar
semelhante audácia! Eles pregavam o que tinham visto. Ninguém morre por uma verdade da qual não
está seguro. Ou deveriam eles negar o que tinham visto?
Mas não
negaram, antes pregaram esse Morto que sabiam estar perfeitamente
vivo. Eles sabiam por que vida desprezavam a vida presente,
sabiam por que felicidade suportavam provas passageiras, por que recompensa
espezinhavam todos esses sofrimentos.
A sua
fé pesava mais na balança que o mundo inteiro.
* * *
Fonte: Blog Escritos dos Santos
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