Na Índia, o Santuário dedicado à memória
das aparições de Nossa Senhora, cultuada como da Boa Saúde de
Vailankanni…
…é
denominado “Lourdes do Oriente” e atrai aproximadamente dois
milhões de romeiros por ano. O cartaz existente no local diz
exatamente
Para quem, como eu, não compreende
esses caracteres, é muito mais fácil dizer Arokia Matha, que em língua tamil
significa Nossa Senhora da Boa Saúde. Também podemos nos
referir a ela como Nossa Senhora de Vailankanni — nome do local, no sul da
Índia, onde se encontra o santuário.
Trata-se do maior ponto de
peregrinação dos católicos indianos. A cada ano, milhões de pessoas vão ali pedir
graças. O local é realmente protegido pela Santíssima Virgem.
Exemplo dessa proteção foi o
ocorrido durante o tsunami de dezembro de 2004, que matou pelo menos 230.000
pessoas.
Enquanto mais de mil delas
eram ceifadas num raio de um quilômetro em torno do Santuário, os dois mil
devotos que se encontravam em seu interior nada sofreram (Catolicismo,
fevereiro/2005).
Os três
primeiros milagres:
Imagem milagrosa de
Vailankanni
A história do santuário inicia-se
com três milagres que a tradição nos transmitiu. O primeiro ocorreu em algum
momento do século XVI, quando os portugueses iniciaram o nobre trabalho de
conversão do país. São Francisco Xavier já havia passado por lá.
Um jovem
hinduísta — não pertencente, portanto, à pequena comunidade
católica da região — carregava certa quantidade de leite para entregar a um
freguês. Em determinado momento ele se deteve debaixo de um banyan — árvore do
lugar que proporciona muita sombra — localizado perto de um reservatório de
água.
Apareceu-lhe então uma
Senhora com um menino nos braços, pedindo-lhe um pouco de leite para dar à
criança. Movido por um sentimento de piedade, o rapaz deu certa quantidade de
leite à Senhora e continuou seu caminho.
Chegando à casa do freguês, pediu
desculpas pelo atraso, e pelo fato de trazer menos leite, relatando o ocorrido.
Porém, ao abrir o recipiente, verificou que este estava totalmente
cheio.
O rapaz e o freguês, ambos pagãos,
ficaram surpresos e decidiram voltar ao local onde o fato ocorrera. Ao chegarem lá, Nossa Senhora apareceu
novamente. Tal lugar ficou conhecido como Matha Kulam, ou o reservatório
de água de Nossa Senhora.
O segundo milagre deu-se alguns anos
depois.
Desta vez, o beneficiado foi um
rapaz inválido que vendia manteiga numa praça da periferia do povoado de
Vailankanni. Nossa Senhora lhe apareceu e pediu um pouco de manteiga para dar ao
filho. Também impelido pela compaixão, o inválido atendeu ao pedido.
A Virgem Santíssima solicitou-lhe
então que fosse até o povoado vizinho de Nagapattinam informar da aparição certo
católico muito rico que ali morava.
O inválido levantou-se e começou a andar,
sem se dar conta de início que sua perna estropiada havia sido curada.
Ao encontrar o rico católico, este
lhe contou que tivera um sonho na noite anterior, no qual Nossa Senhora lhe
pedia para construir uma capela. Ambos voltaram então ao local do milagre e
tiveram a dita de reencontrar Nossa Senhora.
Atendendo ao pedido da Mãe
de Deus, ali foi construída uma capela, que recebeu do povo o título de Arokia
Matha ou Nossa Senhora da Boa Saúde.
O terceiro milagre deu-se
poucos anos mais tarde.
Um navio, no qual viajavam vários
comerciantes portugueses, enfrentou tremenda tempestade na Baía de Bengala.
Golpeada pelos ventos e pelas ondas, a embarcação naufragou.
Os comerciantes, contudo, foram
salvos pela intercessão da Virgem e chegaram à praia de Vailankanni. Pediram
então aos habitantes da localidade para ir à capela próxima — que não era outra senão a de
Vailankanni — agradecer por estarem vivos.
E prometeram construir ali
uma capela maior e melhor, o que
realmente fizeram.
realmente fizeram.
Posteriormente, no decurso de
subseqüentes visitas, foram acrescentando melhorias à construção. Eles dedicaram
esta capela à Natividade de Nossa Senhora, que se celebra no dia 8 de setembro,
data em que foram salvos.
Recompensa da
generosidade
Chama a atenção em todos esses
relatos o fato de Nossa Senhora ter aparecido a pagãos que
viviam em contato com católicos. A Virgem submeteu-os a uma prova
solicitando-lhes um gesto de generosidade.
Podemos imaginar que eram pobres e
que doar parte dos produtos de seu pequeno comércio representava para eles um
gesto de desprendimento.
E embora talvez tivessem pensado
que se atendessem ao pedido passariam alguma necessidade, contudo eles não
hesitaram e, movidos por uma graça, fizeram de bom grado a doação, recebendo em
troca enorme recompensa.
Mas como Nossa Senhora ama
também os ricos que praticam a virtude, apareceu ainda, segundo a mesma
tradição, a outros personagens que possuíam muitos bens.
No primeiro caso, ao freguês.
Este, ao ouvir o relato do leiteiro, poderia ter-se revoltado. Pelo contrario,
ele aceitou a versão do vidente e, depois de constatado o fato surpreendente de
que não faltava leite, resolveu voltar com ele ao local da aparição. Gesto
premiado com nova manifestação da Santíssima Virgem.
No segundo caso, é um rico
católico que teve um sonho. Mas um sonho é sempre algo duvidoso, pode ser uma
imaginação, um engano. Ele é confirmado por um milagre, e o
católico rico atende ao pedido feito por Nossa Senhora. Portanto, um ato de
generosidade.
No terceiro caso, embora os
comerciantes já tivessem muitos motivos para agradecer à Virgem, eles foram
generosos cumprindo de modo superlativo o prometido. Outro caso de
liberalidade.
Nossa Senhora, por assim
dizer, pagou a generosidade desses personagens com juros. A quantidade de
milagres operados neste santuário é realmente impressionante, a ponto de ser
comparado com Lourdes!
Popularidade do
santuário
Por não terem milagres, as
religiões falsas não dispõem de locais onde estes ocorrem. Explica-se assim que
até indianos não-católicos visitem o Santuário de Nossa Senhora de Vailankanni,
edificado em belo estilo neogótico. É para eles um convite à conversão.
Fato curioso, mas típico dessa
região, é que o santuário tornou-se popular sem que a mídia tivesse se ocupado
dele. A causa de sua popularidade está no fato de que os peregrinos, ao voltar
para suas casas, contavam o que viram.
E sendo os indianos muito abertos
aos aspectos maravilhosos da vida, explica-se que ainda em nossos dias multidões
deles, provenientes até de regiões longínquas, visitem aquela igreja.
Merece menção o fato de que no
museu da Basílica existem tantos ex-votos doados por peregrinos — muitos deles
de ouro e prata — que é impossível expô-los todos ao mesmo tempo. Por isso são colocados em caixas, as quais
são periodicamente trocadas para dar lugar a novos ex-votos.
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Fonte: https://virgemimaculada.wordpress.com