sábado, 31 de janeiro de 2015

CONHEÇA NOSSA SENHORA DA BOA SAÚDE!

 
 
Na Índia, o Santuário dedicado à memória das aparições de Nossa Senhora, cultuada como da Boa Saúde de Vailankanni…
 
…é denominado “Lourdes do Oriente” e atrai aproximadamente dois milhões de romeiros por ano. O cartaz existente no local diz exatamente 

Para quem, como eu, não compreende esses caracteres, é muito mais fácil dizer Arokia Matha, que em língua tamil significa Nossa Senhora da Boa Saúde. Também podemos nos referir a ela como Nossa Senhora de Vailankanni — nome do local, no sul da Índia, onde se encontra o santuário. 

Trata-se do maior ponto de peregrinação dos católicos indianos. A cada ano, milhões de pessoas vão ali pedir graças. O local é realmente protegido pela Santíssima Virgem.

Exemplo dessa proteção foi o ocorrido durante o tsunami de dezembro de 2004, que matou pelo menos 230.000 pessoas.

Enquanto mais de mil delas eram ceifadas num raio de um quilômetro em torno do Santuário, os dois mil devotos que se encontravam em seu interior nada sofreram (Catolicismo, fevereiro/2005).

Os três primeiros milagres:
 
Imagem milagrosa de Vailankanni
A história do santuário inicia-se com três milagres que a tradição nos transmitiu. O primeiro ocorreu em algum momento do século XVI, quando os portugueses iniciaram o nobre trabalho de conversão do país. São Francisco Xavier já havia passado por lá.

Um jovem hinduísta­ — não pertencente, portanto, à pequena comunidade católica da região — carregava certa quantidade de leite para entregar a um freguês. Em determinado momento ele se deteve debaixo de um banyan — árvore do lugar que proporciona muita sombra — localizado perto de um reservatório de água.

Apareceu-lhe então uma Senhora com um menino nos braços, pedindo-lhe um pouco de leite para dar à criança. Movido por um sentimento de piedade, o rapaz deu certa quantidade de leite à Senhora e continuou seu caminho.

Chegando à casa do freguês, pediu desculpas pelo atraso, e pelo fato de trazer menos leite, relatando o ocorrido. Porém, ao abrir o recipiente, verificou que este estava totalmente cheio.

O rapaz e o freguês, ambos pagãos, ficaram surpresos e decidiram voltar ao local onde o fato ocorrera. Ao chegarem lá, Nossa Senhora apareceu novamente. Tal lugar ficou conhecido como Matha Kulam, ou o reservatório de água de Nossa Senhora.
 
O segundo milagre deu-se alguns anos depois.
Desta vez, o beneficiado foi um rapaz inválido que vendia manteiga numa praça da periferia do povoado de Vailankanni. Nossa Senhora lhe apareceu e pediu um pouco de manteiga para dar ao filho. Também impelido pela compaixão, o inválido atendeu ao pedido.

A Virgem Santíssima solicitou-lhe então que fosse até o povoado vizinho de Nagapattinam informar da aparição certo católico muito rico que ali morava.

O inválido levantou-se e começou a andar, sem se dar conta de início que sua perna estropiada havia sido curada.

Ao encontrar o rico católico, este lhe contou que tivera um sonho na noite anterior, no qual Nossa Senhora lhe pedia para construir uma capela. Ambos voltaram então ao local do milagre e tiveram a dita de reencontrar Nossa Senhora.

Atendendo ao pedido da Mãe de Deus, ali foi construída uma capela, que recebeu do povo o título de Arokia Matha ou Nossa Senhora da Boa Saúde.
 
O terceiro milagre deu-se poucos anos mais tarde.
Um navio, no qual viajavam vários comerciantes portugueses, enfrentou tremenda tempestade na Baía de Bengala. Golpeada pelos ventos e pelas ondas, a embarcação naufragou.

Os comerciantes, contudo, foram salvos pela intercessão da Virgem e chegaram à praia de Vailankanni. Pediram então aos habitantes da localidade para ir à capela próxima — que não era outra senão a de Vailankanni — agradecer por estarem vivos.

E prometeram construir ali uma capela maior e melhor, o que
realmente fizeram.

Posteriormente, no decurso de subseqüentes visitas, foram acrescentando melhorias à construção. Eles dedicaram esta capela à Natividade de Nossa Senhora, que se celebra no dia 8 de setembro, data em que foram salvos.
 
Recompensa da generosidade
Chama a atenção em todos esses relatos o fato de Nossa Senhora ter aparecido a pagãos que viviam em contato com católicos. A Virgem submeteu-os a uma prova solicitando-lhes um gesto de generosidade.

Podemos imaginar que eram pobres e que doar parte dos produtos de seu pequeno comércio representava para eles um gesto de desprendimento.

E embora talvez tivessem pensado que se atendessem ao pedido passariam alguma necessidade, contudo eles não hesitaram e, movidos por uma graça, fizeram de bom grado a doação, recebendo em troca enorme recompensa.

Mas como Nossa Senhora ama também os ricos que praticam a virtude, apareceu ainda, segundo a mesma tradição, a outros personagens que possuíam muitos bens.

No primeiro caso, ao freguês. Este, ao ouvir o relato do leiteiro, poderia ter-se revoltado. Pelo contrario, ele aceitou a versão do vidente e, depois de constatado o fato surpreendente de que não faltava leite, resolveu voltar com ele ao local da aparição. Gesto premiado com nova manifestação da Santíssima Virgem.

No segundo caso, é um rico católico que teve um sonho. Mas um sonho é sempre algo duvidoso, pode ser uma imaginação, um engano. Ele é confirmado por um milagre, e o católico rico atende ao pedido feito por Nossa Senhora. Portanto, um ato de generosidade.

No terceiro caso, embora os comerciantes já tivessem muitos motivos para agradecer à Virgem, eles foram generosos cumprindo de modo superlativo o prometido. Outro caso de liberalidade.

Nossa Senhora, por assim dizer, pagou a generosidade desses personagens com juros. A quantidade de milagres operados neste santuário é realmente impressionante, a ponto de ser comparado com Lourdes!

Popularidade do santuário

Por não terem milagres, as religiões falsas não dispõem de locais onde estes ocorrem. Explica-se assim que até indianos não-católicos visitem o Santuário de Nossa Senhora de Vailankanni, edificado em belo estilo neogótico. É para eles um convite à conversão.

Fato curioso, mas típico dessa região, é que o santuário tornou-se popular sem que a mídia tivesse se ocupado dele. A causa de sua popularidade está no fato de que os peregrinos, ao voltar para suas casas, contavam o que viram.

E sendo os indianos muito abertos aos aspectos maravilhosos da vida, explica-se que ainda em nossos dias multidões deles, provenientes até de regiões longínquas, visitem aquela igreja.

Merece menção o fato de que no museu da Basílica existem tantos ex-votos doados por peregrinos — muitos deles de ouro e prata — que é impossível expô-los todos ao mesmo tempo. Por isso são colocados em caixas, as quais são periodicamente trocadas para dar lugar a novos ex-votos.

*   *   *

Fonte: https://virgemimaculada.wordpress.com

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

NOSSA SENHORA, MÃE DOS POBRES!

VIRGEM DOS POBRES 
Banneux, vila de Ardenne, Maastrich, Bélgica, é das terras mais infecundas da Europa. Lá vive pouca gente, todos pobres, por causa das terras, que pouco produzem.

Existe grama e abetos (arvores nativas, e algumas especies produzem pólen abundante durante o período de reprodução, o que pode causar alergia respiratória em indivíduos mais sensíveis) que são usados para lenha.
Neste lugar residia Mariette Beco, de 12 anos. O pai era socialista agnóstico, não paraticante. Nos dias de repouso costumava ficar em casa. A esposa também era muito dedicada a família. Mariette era a filha mais velha, tinha seis irmãos, de quem ajudava a cuidar.
No dia 15 de janeiro de 1933, as 19:00 horas, aguardava a volta do irmão Julien, de 10 anos, que fora passear com os amigos. Era frio e, olhando através dos vidros da janela, a pequena distância, no jardim, vê uma bela senhora luminosa, em pé e imóvel, levemente inclinada para esquerda.
Assustada corre para mãe, que está preparando o jantar. Ela também vai para a janela e vê a senhora de mãos postas e com cabeça inclinada, mas de um modo velado, não nítido. Também ela, assustada, exclama: “É uma bruxa”.
Mariette replica: “Não, mãe! Deve ser a Santa Virgem. Ela me sorri.
É tão bela!”.
Ela concluiu ser a Virgem devido a faixa azul que a senhora usava. A veste parecida com a de Nossa Senhora de Lourdes. Traz o rosário pendurado no braço direito, um rosa de ouro sobre o
pé descalço.
Tudo semelhante, com a diferença de que aqui está inclinada, atenta e acolhedora com relação à vidente. Mariette vai buscar um rosário que havia encontrado alguns dias antes, na estrada, pois em casa não havia rosários.
Tenta rezar algumas Ave-Marias, pois ainda não sabe como rezar direito e olha para a senhora, através da janela. Ela quer ir ao encontro dela, mas a mãe, com medo, fecha a porta com a chave e guarda-a no bolso do avental. Quando Mariette volta à janela, a bela senhora já
havia desaparecido.
Três dias depois, à mesma hora, Nossa Senhora aparece novamente e guia Mariette até a fonte e diz: “Colocai vossas mãos na água. Esta fonte está reservada para mim”. Dizendo isto se despediu.
No dia 19, Nossa Senhora aparece e Mariette lhe pergunta: “Quem sois, bela Senhora?”. E Ela: “Eu Sou a Virgem dos Pobres”. Mariette perguntou: “Porque, ontem a Senhora disse que está fonte está reservada para Vós?”.
Nossa Senhora sorriu e disse: “Esta fonte está reservada para todas as nações para restaurar, para socorrer doentes”. Mariette agradece e a Senhora diz: “Rezarei por ti, até a vista!”
No dia 20 de Janeiro Ela aparece novamente e Mariette lhe pergunta o que deseja. E Ela: “Desejo uma pequena capela”. No dia 11 de fevereiro, 75 anos depois da primeira aparição de Lourdes, enquanto a vidente rezava o rosário, a Senhora apareceu e a guiou a até a fonte, onde disse: “Venho para aliviar o sofrimento.” Logo em seguida desapareceu.
Na sexta aparição, o padre Louis Jamim, através da vidente pediu um sinal. Nossa Senhora sorriu, dizendo: “Crede em mim, Eu crerei em vós”.
Depois deixou um segredo à vidente e disse: “Rezai muito.” Em 02 de março de 1934, enquanto a vidente reza o terceiro terço, Nossa Senhora aparece e a guia até a fonte. Tem olhar sério.
Não sorri.
Diz: “Sou a Mãe do Salvador, Mãe de Deus.” Repete: “Rezai muito.” Depois abençoa Mariette com um sinal da cruz, dizendo: “Adeus! Enquanto se afasta, a menina chora. Entendeu que não mais a veria.
O bispo Kirkhofs, de Liège, reconheceu os fatos como autênticos. Foi construída uma pequena igreja, símbolo da pobreza. E o culto a Virgem dos Pobres ainda existe, trazendo muitas graças
e conversões
.
Nossa Senhora apareceu a Mariette, a quem o padre Jamim havia impedido de fazer a primeira Eucaristia devido às suas faltas ao catecismo. Os pais eram indiferentes com relação à religião e não se preocuparam com isso. Mas eram trabalhadores e honestos.
Tinham a tarefa de cuidar dos filhos e alimentá-los: 7 antes das aparições, e mais 4 depois delas. Onze ao todo. Nossa Senhora aparece para quem Ela deseja; não importa se é santo ou pecador.
Todos são seus filhos, a quem ama imensamente e deseja salvar. Está junto dos pobres, porque Ela também foi pobre e sabe quem sofrem mais que
os outros.
*   *   *

Fonte: Virgem Imaculada

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

AO REI TODA A HONRA E TODO O LOUVOR

MARIA E JOSÉ: CORTE E SERVIÇO DO REI
Rev. Pe. David Francisquini

São Pedro Julião Eymard comenta que Deus Pai, ao enviar seu Filho à Terra, quis fazê-lo com honra, pois Ele é digno de toda honra e de todo louvor.

Por isso Lhe preparou uma corte e um serviço régios. Deus desejava que seu Filho encontrasse recepção digna e gloriosa, se não aos olhos do mundo, pelo menos aos seus próprios olhos.
A corte do Filho de Deus compõe-se de Maria e de José. Com efeito, São Bernardino de Siena afirma que Maria foi a mais nobre das criaturas que jamais houve e haverá.
São Mateus mostra que Ela é descendente de catorze Patriarcas, catorze Reis e catorze Príncipes. Também em São José desfechou toda a dignidade patriarcal, régia e principesca.

Jesus, Maria e José constituem o mais luminoso exemplo de vida e de instituição familiar, civil e religiosa.

Ao lermos nos Santos Evangelhos e nos escritos dos Santos o que a piedade popular convencionou chamar com toda propriedade de Sagrada Família, podemos tirar lições profundas que à maneira de farol nos servem de guia em meio à tempestade.
Sim, em meio à procela que se abate hoje sobre os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, pois até Ele foi odiado no seu Presépio e ameaçado de morte, a ponto de a Sagrada Família se vir obrigada a buscar refúgio no Egito. “Que José tomasse o Menino e partisse para o Egito”, porque Herodes O procurava para matá-Lo.
Quando o anjo apareceu, José dormia, distante dos cuidados da terra e das preocupações mundanas. Somente ele, como chefe da casa, era digno de gozar das visões do alto.

O embaixador celeste então lhe diz: “Levanta-te, toma o menino e a Sua Mãe”. Com estas palavras, o anjo reconhece outro título de Maria: Mãe de Jesus, que é Deus.
Como chefe da família de Nazaré, José se apresenta incumbido de preservar os fundamentos de sua família, e com isto torna-se exemplo para todos os casais.
Ao levar Jesus e Maria para o Egito, José cumpria o que estava escrito na Escritura: do Egito chamei meu Filho. O próprio Jesus teve de fugir de seu povo para se abrigar junto a outro povo que outrora fora perseguidor dos hebreus. Assim agindo, José levava um remédio para curar os males que afligiram o Egito, como as dez pragas.
Nosso Senhor levou a luz para esses povos que estavam submersos nas trevas. José, ao partir com Jesus e Maria, saiu durante a noite, no meio das trevas. Ao voltar para a Judéia, ele o fez durante o dia porque aquelas preocupações haviam passado.
Como pai adotivo e esposo de Maria, competia a São José por direito conduzir o Menino Deus a diversas regiões, prefigurando os apóstolos que deveriam levá-Lo ao o mundo inteiro por meio da pregação.
São Lucas descreve a ida do Menino, aos 12 anos de idade, com os pais a Jerusalém, ocasião em que se manifestou n’Ele a sabedoria.

Tendo a sabedoria se manifestado no Menino, e com ela a expressão da universalidade das coisas e dos tempos, a luz de Cristo chegou a todos os lugares em todos os tempos. Acabada a festa, o Menino deixou-se ficar em Jerusalém.
Ele quis assim Se ocultar, não para contrariar seus pais e deixá-los preocupados, mas para fazer a vontade do Padre Eterno. Sendo Jesus o Filho de Deus, objeto de tanto cuidado por parte de seus pais, como pôde ter sido esquecido?
Cabe, porém, ressaltar o costume que há entre os judeus de que os homens e as mulheres podiam ir em comitivas distintas, enquanto os meninos podiam ir com o pai ou com a mãe.
Após três dias que pareceram uma eternidade, Jesus e Maria encontraram por fim seu Divino Filho. Ele estava no Templo, sentado entre os Doutores da Lei, que ora O escutavam, ora Lhe perguntavam, pasmos com a Sua sabedoria.
Maria manifesta a dor que sentia em seu coração: Teu pai e eu te procurávamos aflitos. E Ele disse: Não sabias que devo me preocupar com as coisas que são de Meu Pai? Para dar a entender que há em Jesus duas naturezas distintas: a divina e a humana.
Buscam e encontram o Menino no Templo, para amá-Lo e seguir os Seus ensinamentos. Saindo do Templo, encontramo-Lo no lar de Nazaré, levando a vida como um filho exemplar, ensinando-nos a humildade e a obediência, pois a obediência é o fundamento da vida cristã.
Assim se resume o restante da vida de Jesus na casa de Nazaré. Na obediência aos pais, ensinava a todos os homens que todo aquele que se aperfeiçoa na vida da graça e da virtude deve abraçar a obediência como meio infalível de se chegar ao bem. Ele se submeteu humilde e respeitosamente ao trabalho corporal.
Embora honestos e justos, seus pais eram pobres e tinham de buscar sustento para a vida com o próprio suor. E Jesus tomava parte nos trabalhos de seus pais obedecendo-lhes em tudo. A propósito, disse Santo Agostinho: “o jugo de Nosso Senhor tem asas que nos elevam acima da terra”.

*  *  *

Fonte: Instituto Plínio Correa de Oliveira.

domingo, 18 de janeiro de 2015

O SOL DO DIVINO REI!

OS OLHOS E CORAÇÃO DE ÁGUIA
"Não sou uma águia, dela tenho simplesmente os olhos e o coração, pois apesar de minha pequenez extrema, ouso fitar o Sol Divino [...] e meu coração sente em si todas as aspirações da águia".
 
Irmã Marcela Alejandra Ruiz Reyes, EP
Águia real voando sobre a Serra de Guadarrama - Espanha.jpg
 
Quando o Sol, ainda tímido, deita seus primeiros raios sobre as altas cordilheiras, o panorama vai adquirindo aos poucos uma luminosidade toda especial que faz coruscar como minúsculos diamantes o alvo manto de neve no cimo das montanhas mais elevadas. E à medida que a presença do Astro Rei ganha força, a neve se derrete levemente em alguns recantos da encosta, fazendo escorrer torrentes de água cristalina que rompem o silêncio da aurora com seu inconfundível e agradável murmúrio.
Entre os picos que se levantam sobranceiros, algo convida nosso espírito à contemplação e ao heroísmo. Trata-se de uma majestosa ave que, depois de se ter despertado junto com o nascer do Sol, cruza os ares com grandeza: a águia real. Sentindo-se inteiramente à vontade em tão espetacular cenário, ela voa com elegância, desafiando as alturas e parecendo estar no ar por puro prazer. Mas se a observarmos com mais cuidado, veremos que ela presta muita atenção no que acontece nos vales profundos e nas íngremes vertentes.
De repente, sua vista extremamente aguçada divisa uma presa que lhe reporá as energias. Investe, então, com uma velocidade vertiginosa - que pode passar até de 150 km/h - e a apanha certeira, com suas garras afiadas. Uma vez alimentada, fixa o Sol como se quisesse atingi-lo e outra vez fende os ares com audácia, em sua direção.
Contemplando-a levantar voo, ela nos dá ideia do que é a ousadia que não duvida nem toma precauções pequenas e mesquinhas. Sua forma de sulcar os céus evoca a beleza das almas que, no supremo heroísmo do desapegar-se das coisas da Terra, se abandonam nas mãos de Deus, dispostas a enfrentar todos os riscos desta vida, para contemplar eternamente a luz do Criador.
Tal é a Virgem Santíssima que, em sua humildade, voa como uma águia mística pelos céus inexcogitáveis do amor a Deus. E assim também são as almas que, reconhecendo sua debilidade para alcançar o Céu, podem dizer com Santa Teresinha: "Não sou uma águia, dela tenho simplesmente os olhos e o coração, pois apesar de minha pequenez extrema, ouso fitar o Sol Divino, o Sol do Amor, e meu coração sente em si todas as aspirações da águia...".1 ²
 
1 SANTA TERESA DE LISIEUX. Manuscrito B. O passarinho e a águia divina.
In: Obras completas. São Paulo: Paulus, 2002, p.175.
(Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2014, n. 152, p. 50-51)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

NOSSA SENHORA DO DIVINO PRANTO

A Cura Milagrosa da Irmã Elizabeth – conheça a história de Nossa Senhora do Divino Pranto



Nossa Senhora do Divino Pranto


Na comunidade das Irmãs Marcelinas, em Cernusco, na Itália, berço da Congregação, o médico Dr. Bino, no dia 6 de janeiro de 1924, apresenta seu diagnóstico a respeito de uma jovem religiosa enferma, Irmã Elizabeth:

“Nada mais posso fazer por ela. A medicina já não tem recursos neste caso…”. Muito querida por todos, a irmã está cega, debilitada, prostrada por tremendas dores. Muitas vezes, fica, durante horas e horas, inconsciente. Imersa em dores, o sorriso permanece em seus lábios.

Às dez e trinta da noite, na casa religiosa todas dormem. Na enfermaria, Irmã Elizabeth respira com muita dificuldade. De repente, a religiosa começa a falar. As irmãs presentes escutam atônitas o que ela diz:

“Oh! Como a Senhora é boa! Mas eu tenho uma dor tão grande que nem sei oferecer direito a Deus… Reze a Senhora que é tão boa!”.

As religiosas estão atentas, mas não podem ouvir a resposta da ‘Senhora’ que, no entanto, fala: “REZA! CONFIA! ESPERA! Voltarei de 22 para 23″.

Em meio ao seu sofrimento, a enferma pensa na dor das outras irmãs enfermas: “Vá falar com Irmã Teresa, Irmã Amália e com Irmã Elisa Antoniani, que há tantos anos está doente!”. A boa ‘Senhora’ sorri e desaparece.

Na manhã seguinte, as companheiras de quarto comentam: “Ontem, à noite, Irmã Elizabeth não parava de falar, sonhando”.

Prontamente ela respondeu: “Não sonhei, falei com aquela ‘Senhora’”.

As religiosas sorriem penalizadas. A enfermeira, bondosa e enérgica, repreende a Irmã Elizabeth, dizendo: “Que pode ter visto, você, que está cega há um ano? Você sonhou e não
invente tolices!”

A Superiora, Irmã Ermínia Bussola, também tenta convencê-la: “… Quero-lhe muito bem e não a engano. Repito que, aqui em casa não veio ninguém de fora. Você sonhou.” A pobre Superiora por toda a sua vida teve que lamentar-se de sua incredulidade. Foi, ao invés, no plano de Deus, uma das tantas provas que autenticaram a aparição.

Irmã Elizabeth prossegue tranquila carregando sua cruz.

De 22 para 23…

Chega fevereiro, trazendo neve e frio intenso. A enferma aguarda um novo encontro com a ‘Senhora’ para o dia 2. Não dorme, ouvindo as batidas do relógio e conta as horas. A noite passa sem nenhuma novidade. Vem a manhã do dia 3 e Irmã Elizabeth mal disfarça o choro.

A Superiora pergunta-lhe a razão da tristeza. A enferma responde: “Ela não veio… tinha dito de 2 para 3… A Superiora fica preocupada com as faculdades mentais de Irmã Elizabeth que piora a cada dia. Novamente o médico é chamado. Sua opinião: “Desta vez é o fim. Não há nada mais a fazer. A Irmã tem poucas horas de vida”.

No dia 22 de fevereiro, na enfermaria, Irmã Gariboldi vela pela agonizante acompanhada de outra religiosa. São vinte e três horas e quarenta e cinco minutos.

As duas Irmãs rezam em voz baixa. Pedem misericódria para a co-irmã que sofre tanto. Neste momento, Irmã Elizabeth tem um sobressalto. As Irmãs acodem, pensando que chegou o momento final.

Mas, aquela que há quinze dias não fala, grita, agora: “Oh! a ‘senhora’! a ‘senhora’”! Trêmula, a Irmã Gariboldi convida a outra Irmã a ajoelhar-se e murmura: “Se for a Senhora, levá-la-á consigo!” Sem nada entender, as duas espectadoras ouvem atentamente: “Oh! a ‘senhora’! De 22 para 23? Pois eu havia entendido de 2 para 3. E era de 22 para 23!…”

De repente, a Irmã Elizabeth se ergue um pouco mais e sua atitude é de espanto quando diz:

“Mas, ‘senhora’… é Nossa Senhora! É Nossa Senhora!” Ela vê que a Virgem traz o Menino Jesus nos braços e ele está chorando. “Chora por meus pecados? Chora porque não o amei bastante?…”

As religiosas presentes nada ouvem mas pressentem que algo extraordinário está ocorrendo. A Senhora responde:

“…O Menino chora porque não é bastante AMADO, PROCURADO, DESEJADO, também pelas pessoas que Lhe são consagradas… Tu deves dizer isto!”

A Missão

Ir. Elizabeth
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




Irmã Elizabeth ainda não percebe a missão que a Senhora lhe confia. Ela julga que a Virgem viera levá-la ao paraíso, no que se equivoca. Maria quer dar-lhe uma missão e para tanto lhe dá um sinal: devolve-lhe a saúde e desaparece com
seu Menino.

Alguém se lembra de chamar a Superiora que se levanta, achando que vai encontrar a enferma dando seu último suspiro. Ao invés disso, vê a doente luminosa, de
olhos radiantes.

Irmã Elizabeth corre a abraçar a Superiora, exclamando: “Nossa Senhora curou-me e mandou-me dizer que Jesus chora porque não é bastante AMADO, PROCURADO, DESEJADO, também pelas pessoas que lhe são consagradas!”

O médico que a acompanhou sempre afirmou: “A cura de Irmã Elizabeth não pode ser explicada pela ciência”. Antes, ateu, converteu-se e tornou-se um cristão fervoroso.

Mais tarde, conseguida a aprovação da Igreja para este culto de Nossa Senhora, foi modelada uma imagem, de acordo com a descrição feita por Irmã Elizabeth.

Ainda hoje, em Cernusco e em vários países, as Irmãs Marcelinas espalham esta devoção à Virgem Santíssima.

A afluência de peregrinações ao local da aparição é grande. A capela já não é suficiente para conter todos aqueles que, cheios de fé, diante da Virgem do Divino Pranto, REZAM, CONFIAM e ESPERAM.

Jaculatória: Querido Menino Jesus, amar-Vos-ei muito para enxugar as lágrimas que Vos faz derramar a ingratidão dos homens.

*  *  *

Fonte: Virgem Imaculada 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

COMO É BELA A NATUREZA HUMANA QUANDO DEUS CONTROLA

14/01/2015 13h33 - ATUALIZADA EM: 14/01/2015 13h34 -
                                                                                                                                                                          por Redação Marie Claire
                                
Convencida pelo marido a ter um último filho, mulher dá a luz raras trigêmeas idênticas

Chance de uma mulher ter uma gravidez igual naturalmente é de uma em dois milhões. Melanie Thorton, de 33 anos, diz que família precisa comprar cerca de 100 litros de leite e mais de 250 fraldas por semana. “Sempre tem alguém em casa oferecendo ajuda", conta                       

Melanie com as filhas Boe, Mika e Hope: "Eu não sabia qual pegar no colo primeiro" (Foto: The Grosby Group)
 
Uma mãe que foi persuadida pelo marido a tentar ter “o último filho” foi pega de surpresa ao descobrir que teria não um, mas três filhas gêmeas idênticas. A chance de uma mulher ter uma gravidez igual naturalmente é de uma em dois milhões.

Melanie Thornton, de 33 anos, achava que a família já estava completa com a filha Tia, de 13 anos. Mas o marido dela, Martin, 27, queria ter outro filho. Um exame de ultrassonografia feito cinco semanas depois que ela desconfiou estar grávida, confirmou que um novo bebê estava a caminho.

O que a família não esperava descobrir mais tarde é que em vez de um, houvesse três bebês e gêmeos idênticos. Boe, Mika e Hope nasceram saudáveis e a família teve de fazer alguns ajustes na rotina para lidar com três novos filhos.

Melanie, uma gerente de vendas em Paignton, na Inglaterra, disse que a sala de estar agora lembra uma creche e o casal precisa comprar cerca de 100 litros de leite para dar conta da amamentação das três. São mais de 250 fraldas por semana.

A família também teve de trocar de carro, já que o modelo anterior, um Peugeot esportivo, não acomodaria os quatro filhos, para uma van. Melanie estima que a conta de eletricidade também tenha dobrado desde o nascimento das irmãs.

Mas a mãe, orgulhosa, afirma que toda a montanha de lixo produzida em casa e o interminável trabalho de alimentar o trio, que costuma dormir de mãos dadas, vale a pena.

“Quando elas nasceram foi tão incrível ver as três pela primeira vez – eu não sabia qual segurar primeiro, com qual delas falar”, contou a mãe ao “Daily Mail”. “Sempre tem alguém em casa se oferecendo para ajudar porque sabem que são três, mas elas são lindas. Dormem a noite inteira e, quando uma começa a chorar, é só aproximar das irmãs que fica bem.”

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

DIZ-ME COM QUEM ANDAS... DIR-TE-EI QUEM ÉS!

Se alguém te perguntasse «onde vives?», «que há de interessante na tua vida?», como responderias?

DIZ COM QUEM ANDAS E EU DIR-TE-EI QUEM ÉS!
TOMAR MINHATERRA NATAL

O evangelista João interessou-se especialmente em indicar aos seus leitores como começou o pequeno grupo de seguidores de Jesus. O Batista fixa-se em Jesus, que passava nas proximidades, e diz aos discípulos que a acompanham: «Eis o Cordeiro de Deus».
Os discípulos, provavelmente, não entenderam grande coisa, mas começam a «seguir Jesus». Durante algum tempo caminham em silêncio. Não houve ainda um verdadeiro contacto com Ele. Seguem um desconhecido e não sabem exatamente porquê nem para quê.
Jesus rompe o silêncio com uma pergunta: que procurais? Que esperais de mim? Quereis orientar a vossa vida na direção do meu rumo? São dúvidas que é preciso esclarecer bem.
Os discípulos dizem-lhe: «Mestre, onde vives?». Qual é o segredo da tua vida? O que é viver, para ti? Aparentemente, não procuram conhecer novas doutrinas. Querem aprender de Jesus um modo diferente de viver. Querem viver como Ele.
Jesus responde-lhes diretamente: «Vinde e vereis». Fazei vós mesmos a experiência. Não procureis informação de fora. Vinde viver comigo e descobrireis como vivo, de onde oriento a minha vida, a quem me dedico, porque vivo assim.
Este é o passo decisivo que precisamos de dar hoje para inaugurar uma fase nova na história do cristianismo. Milhões de pessoas dizem-se cristãs mas não experimentaram um verdadeiro contacto com Jesus. Não sabem como viveu, ignoram o seu projeto. Dele não aprendem nada de especial.
Entretanto, nas nossas igrejas não temos capacidade de gerar novos crentes. A nossa palavra já não é atrativa nem credível. Aparentemente, o cristianismo, tal como nós o entendemos e vivemos, interessa cada vez menos.
Se alguém se aproximasse de nós e nos perguntasse «onde viveis?», «que há de interessante nas vossas vidas?», como responderíamos?
É urgente que os cristãos se reúnam em pequenos grupos para aprender a viver ao estilo de Jesus, escutando juntos o Evangelho. Ele é mais atrativo e credível que todos nós. Pode gerar novos seguidores, pois ensina a viver de maneira diferente e interessante.
 
José Antonio Pagola
In "Periodista digital"
Trad. / edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 12.01.2015
 
Fonte: Pastoral e Cultura   

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A PUREZA DAS CRIANÇAS!

SANTA GEMA GALGANI


Entre os meninos e meninas mais pequeninos, puros e bons…
Costuma Jesus Menino escolher seus pajens (cruzadinhas) para que o acompanhem aonde quer
que vá.

Uma dessas crianças foi Santa Gema Galgani, uma santa de nossos tempos, que durante toda a sua vida recordava com prazer as primeiras práticas que tivera com Jesus Sacramentado, sendo ainda muito pequena.

O rosto de minha mãe, depois de receber a comunhão, dizia, ficava radiante de alegria e meu coração batia mais depressa, quando ela me chegava a seu peito, dizendo:
- Gema, aproxima-te de meu peito para dar um beijo a Jesus. Desde aquela idade na cessava de pedir a suas professoras capelães que lhe dessem o seu Jesus.

Eles olhavam para ela e sorriam, pois, apesar de ter nove anos, era tão pequena que parecia ter apenas seis. Naquele tempo o Papa não havia dado ainda o decreto da comunhão dos pequeninos e exigiam-se para a mesma instruções e conhecimentos cabais.

- Tem paciência, diziam-lhe, até que tenhas a idade requerida.

Mas Gema pedia, sem se cansar:

“Dai-me Jesus, dai-me… E vereis que serei boazinha, não pecarei mais e serei bem comportada. Dai-me Jesus, porque me parece que não poderei viver
sem Ele”.
Estes belos sentimentos de um coração tão puro e amante moveram seus superiores a apressar o dia feliz e suspirado e satisfazer-lhe as ânsias de apertar Jesus a seu peito.
Gema tornou-se realmente uma grande Santa que mereceu as honras do altar.

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sábado, 10 de janeiro de 2015

SÃO TOMÁS DE AQUINO - ORAÇÃO

São Tomás de Aquino sendo iluminado pelo Espírito Santo

Oração para pedir a Sabedoria – São Tomás de Aquino
“Concedei-me, Deus misericordioso, que deseje com ardor só o que Vós aprovais, que o procure com prudência, que o reconheça em verdade, que o cumpra na perfeição, para louvor e glória do Vosso nome.
Pondes ordem na minha vida, ó meu Deus, e permiti que eu conheça o que Vós quereis que eu faça, e que o cumpra como é necessário e útil para a minha alma.
Que eu chegue a Vós, Senhor, por um caminho seguro e reto; caminho que não se desvie nem na prosperidade nem na adversidade, de tal forma que Vos dê graças nas horas prósperas, e nas horas adversas eu conserve a paciência, não me deixando exaltar pelas primeiras nem abater
pelas segundas.

Que nada me alegre ou entristeça, exceto o que me conduza a Vós ou de Vós me separe. Que eu não deseje agradar nem receie desagradar senão a Vós.
Tudo o que passa se torne desprezível a meus olhos por Vossa causa, Senhor, e tudo o que Vos diga respeito me seja caro, mas Vós, meu Deus, mais do que o resto. Que eu nada deseje fora
de Vós.
Concedei-me, Senhor meu Deus, uma inteligência que Vos conheça, uma vontade que Vos busque, uma sabedoria que Vos encontre, uma vida que Vos agrade, uma perseverança que Vos espere com confiança e uma confiança que Vos possua enfim.
Concedei-me ser atormentado com as Vossas dores pela penitência, recorrer no caminho aos Vossos benefícios pela graça, gozar das Vossas alegrias sobretudo na pátria, pela glória. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.”
Amém. 

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Fonte: Senza Pagare – Transcrito de Blog Escrito dos Santos

O VALOR DA HUMILDADE!

O eremita e o jardineiro

 
          Disse um ancião: «Havia um padre que vivia no deserto. Depois de haver servido Deus durante muitos anos, disse: “Senhor, dai-me a conhecer se vos soube satisfazer”. E ele então viu um anjo que lhe disse: “Não estás ainda à altura do jardineiro que vive em certo lugar”. O ancião, estupefacto, disse: “Irei à cidade para visitá-lo. Quem será esse que pôde fazer obras superiores às minhas e suportou os sofrimentos que eu suportei durante tantos anos?”.
Partiu e dirigiu-se ao lugar indicado pelo anjo. Viu um homem ocupado a vender legumes. Sentou-se perto dele e já no fim do dia, no momento em que ele se ia embora, disse-lhe: “Não te importas, irmão, de me receber esta noite em tua casa?” O homem aceitou cheio de alegria, e já em casa pôs-se a preparar o jantar para o ancião. E este perguntou-lhe: “Por caridade, irmão, podes dizer-me do que vives?”.
O outro teve medo; não queria falar, mas o ancião não se cansava de lhe pedir que dissesse. Finalmente o homem, esgotado, respondeu:
“Eu como apenas à noite, depois do trabalho, não guardo senão aquilo que chega para me sustentar, o resto dou a quem precisa. Se recebo um servo de Deus, dou-lho. Quando me levanto de manhã, antes de me dirigir ao trabalho, digo para mim que na cidade inteira, do mais pequeno ao maior, todos entrarão no Reino graças às suas boas obras, enquanto eu serei o único a herdar o castigo, por causa dos meus pecados. E à noite, antes de me deitar, digo o mesmo”.
Ao ouvi-lo, o ancião disse: “A tua conduta é bela, mas as tuas obras não podem superar as minhas, de tantos anos”.
E quando se preparavam para jantar, o ancião ouviu gente na rua que cantava canções; a casa do jardineiro ficava num bairro populoso. O ancião então disse-lhe: “Irmão, se queres viver para o Senhor, como podes viver aqui? Não te perturba ouvir estas canções?”. E o outro respondeu: “Confesso-te, Abade, que não me perturba nem me escandaliza”. Disse o ancião: “Mas que pensas tu, ao ouvi-los, lá fora?”. E o outro disse: “Penso que todos entrarão no Reino”.
Foi então que o ancião sentiu uma admiração súbita e disse: “Eis a obra que supera a minha, cumprida durante tantos anos!”. E em seguida, fazendo-lhe uma reverência, disse-lhe: “Perdoa-me, irmão, esse grau de perfeição ainda não consegui alcançar”. E, sem tocar na comida, regressou ao deserto».
 
In "Ditos e feitos dos Padres do Deserto", ed. Assírio & Alvim
Publicado em 03.01.2015

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

PADRE ANTÓNIO VIEIRA ONTEM E HOJE!

Padre António Vieira: Da corte à selva, da liberdade à cadeia, do estudo à ação, da diplomacia ao Evangelho

«Mais do que um indivíduo, ele é uma multidão de heterónimos de carne e osso, tal a variedade dos seus talentos: missionário e diplomata; organizador e conselheiro de Estado; aventureiro e teólogo; réu da Inquisição e profeta. Este homem que habitou na terra e nas ondas do Atlântico, conviveu com reis, soldados, papas e escravos.»

É com estas palavras que Viriato Soromenho-Marques retrata a figura do Padre António Vieira na mais recente edição do "Jornal de Letras", em texto que assinala a publicação dos últimos volumes da coleção de 30 que compõem a "Obra completa" do pregador português.
A capacidade de adaptação do religioso jesuíta a realidades contrárias é também realçada pelo artigo de Carlos Reis, que evoca a "Palavra e utopia", filme do cineasta Manoel de Oliveira que «deu testemunho do que foi a existência, por entre luzes e sombras, do Padre António Vieira».
«Frequentou os salões da corte e devassou os mistérios da selva, conheceu a liberdade e o cárcere, os favores do poder e a sua ríspida vindicta, a incerteza das viagens e o perigo dos naufrágios, o estudo e a ação, a missionação e a diplomacia, a pregação e a aturada reflexão sobre os mistérios da mensagem bíblica», realça o professor catedrático.
«Várias personalidades em uma só», é o que se pode sintetizar sobre o sacerdote, acrescenta Carlos Reis: «A do artista da palavra que Vieira foi, sendo também homem do seu tempo e da ação que ele lhe pediu, pregador de Deus e político interventivo, cidadão do mundo e refundador do idioma».
Depois de sublinhar que Vieira é «um bálsamo para Portugal na questão judaica», Viriato Soromenho-Marques lembra, por seu lado, que uma das «facetas mais marcantes» do pregador é o «vigor missionário», acompanhado da convicção de que o Reino de Deus «não é deste mundo, mas pode (e deve) ser neste mundo».
«Ele convoca a força da sua fé, as capacidades de organizador e de líder de homens, a sua enorme resistência aos imensos obstáculos de uma Natureza imensa, a um tempo abundante e acolhedora, mas também hostil e perigosa», aponta o ensaísta.
O Padre António Vieira, «renascendo sempre, com vigor, e renovado poder de atração e influência»,  dá hoje «um exemplo de coragem e resiliência, perante todas as agressões e infortúnios» que Portugal vive, acentua o professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
«Defendeu sempre os povos ameríndios em nome de uma visão universalista da condição humana», integrando a «galeria das grandes figuras do universo católico, do pensamento e ação, que anteciparam a formulação das grandes cartas dos Direitos do Homem e do Cidadão», acrescenta.
Viriato Soromenho-Marques cita «imortais palavras» de Vieira, "Para nascer, Portugal. Para morrer, o mundo", para sustentar que «a essência nacional» reside na «capacidade de sair de si próprio, de se transcender num império» que, na perspetiva do pregador, «deveria ser baseado num cristianismo universalista, casa de voluntária adesão para todos os povos».
Carlos Reis frisa que «um dos grandes fascínios que o Padre António Vieira ainda hoje exerce sobre quem dele se acerca provém da revelação do que foi uma vida feita palavra».
«Servindo poderes e resistindo a eles, dando testemunho da mensagem cristã e perscrutando o tempo futuro, falando aos homens e mesmo aos peixes quando os homens pareciam surdos, o Padre António Vieira foi, para além de tudo, um servidor da palavra», sustenta o especialista em literatura portuguesa.
Para Carlos Reis, a "Obra completa" é agora porto de partida para quem quiser «transitar pelas veredas da palavra vieiriana, sejam eles investigadores, estudantes ou os simples leitores que em Vieira buscam a lição de cultura e de espiritualidade» que se estende do seu passado até ao presente.

Rui Jorge Martins Publicado em 08.01.2015

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

EIS A LUZ QUE NÃO TEM OCASO!

Diácono da Síria, Doutor da Igreja
Hino I sobre a Ressurreição

«O povo que habitava nas trevas viu aparecer uma grande luz»
 
Jesus Cristo, Nosso Senhor,
Do seio do Pai veio até nós.
Chegou, livrou-nos das trevas
E encheu-nos da sua alegre Luz.

O dia nasceu para os homens;
O poder das trevas foi anulado.
Da sua Luz veio para nós uma luz
Que iluminou nossos olhos apagados.


Ergueu a sua Glória sobre a terra
E iluminou os abismos mais profundos.

Aniquilou a morte, pôs fim às trevas,
Despedaçou as portas do inferno.



Iluminou todas as criaturas
Em trevas desde os tempos mais antigos,
Realizou a salvação e deu-nos a vida;
Virá depois na sua Glória
E iluminará os olhos de todos
Os que O tiverem esperado.



O nosso Rei vem na sua imensa Glória:
Acendamos nossas lâmpadas, saiamos ao seu encontro (Mt 25,6);
Alegremo-nos nele, tal como Ele Se alegrou em nós

E nos alegrou com a sua Luz gloriosa.

Irmãos, erguei-vos, preparai-vos
Para dar graças ao nosso Rei e Salvador
Que virá na sua Glória e nos alegrará
Com a sua alegre Luz no Reino eterno.

domingo, 4 de janeiro de 2015

PAPA NOMEIA MAIS 14 CARDEAIS

Vaticano tem sete cardeais lusófonos com direito a voto e outros 10 sem direito a voto.

Lusa    


Lisboa, 04 jan (Lusa) - Com a nomeação hoje, pelo papa, de Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, e do bispo cabo-verdiano Arlindo Gomes Furtado sobe para sete o número de cardeais lusófonos com direito de voto na escolha do líder da Igreja Católica.
Além destes, existem ainda outros 10 cardeais lusófonos que pertencem ao Colégio, sem direito de voto por terem mais de 80 anos, embora, tal como os restantes, assistam o papa nas suas decisões.
O patriarca de Lisboa e o bispo de Santiago serão elevados formalmente a cardeais a 14 de fevereiro, segundo anunciou hoje o papa.
Manuel Clemente, de 66 anos, tomou posse como o 17.º Patriarca de Lisboa a 07 de julho de 2013, sucedendo a José Policarpo, resignatário desde 2011, quando completou 75 anos.
O bispo de Santiago, Arlindo Gomes Furtado, é o primeiro cardeal cabo-verdiano. Nasceu a 04 de outubro de 1949, fez os estudos teológicos em Portugal e regressou a Cabo Verde, onde foi ordenado padre em 1976, tendo sido ordenado bispo em 2004.
Criada em 1533 a partir do desmembramento da então Arquidiocese do Funchal, a diocese de Santiago é a mais antiga circunscrição católica criada no continente, depois das invasões muçulmanas no Magrebe.
O Brasil é o país lusófono com mais cardeais (10), quatro dos quais podem votar.
 
 © EPA / ANDREAS SOLARO ANDREAS SOLARO/AFP POOL VIA ANSA 
             
São eles João Braz de Aviz (criado em fevereiro de 2012), atual prefeito da Congregação para os institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, Raymundo Damasceno Assis (novembro de 2010), arcebispo de Aparecida, Odilo Pedro Scherer (novembro de 2007), arcebispo de São Paulo, e Orani João Tempesta (desde fevereiro de 2014), arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Portugal tem outro cardeal eleitor, Manuel Monteiro de Castro, nomeado pelo papa Bento XVI em fevereiro de 2012, Penitenciário-mor emérito do Supremo Tribunal da Penitenciária Apostólica.
Os países lusófonos têm ainda 10 cardeais sem direito de voto, um dos quais o moçambicano Júlio Duarte Langa, bispo emérito de Xai-Xai, elevado hoje pelo papa.
Pertencem também ao colégio cardinalício sem direito de voto o português José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para a causa dos Santos, o moçambicano Alexandre José Santos, arcebispo emérito de Moçambique, e o angolano Alexandre do Nascimento, arcebispo emérito de Luanda.
O brasil tem outros seis cardeais não eleitores: Geraldo Majella Agnelo (arcebispo emérito de São Salvador da Bahia), Serafim Fernandes de Araújo (arcebispo emérito de Belo Horizonte), Paulo Evaristo Arns (arcebispo emérito de São Paulo), José Freire Falcão (arcebispo emérito de Brasília), Cláudio Hummes (prefeito emérito da Congregação para o Clero) e Eusébio Óscar Scheid (arcebispo emérito de são Sebastião do Rio de Janeiro).
O papa Francisco anunciou hoje a criação de 15 novos cardeais eleitores e de outros cinco não-eleitores, representando alguns países que nunca tiveram cardeal.
O papa destacou que os novos cardeais são “procedentes de 14 nações de todos os continentes” e que “representam o vínculo inseparável entre a Igreja de Roma e as Igrejas particulares presentes no mundo”.
O total de cardeais ascenderá a 228, dos quais 125 serão eleitores.
RCS // PJA